Uma História de Lutas e Conquistas
O dia 07 de fevereiro foi à data escolhida para homenagear o trabalhador Gráfico em razão de uma greve realizada por esses profissionais no ano de 1923, em São Paulo, onde reivindicavam melhores condições de trabalho e salários mais justos.
O movimento obteve sucesso e marcou a base sindical do país, tendo sido liderado por João da Costa Pimenta.
O trabalho do profissional Gráfico é de imprimir panfletos de propaganda, cartões de visita, convites, notas fiscais, livros, revistas e jornais, além de etiquetas, embalagens e banners. Também são responsáveis por produção de artigos de papelaria e cartonagem.
Os primeiros serviços impressos foram criados por Johannes Gutenberg (1400 – 1468), através de um código de impressão feito por letras em alto-relevo e metálicas, a que chamaram de tipos, próprias para fixar a tinta. Foi ele o responsável pelo aperfeiçoamento das técnicas de impressão, sendo o primeiro a publicar a Bíblia Sagrada, através da impressão de trezentas páginas por dia.
Com a evolução as formas de impressão se tornaram mais modernas e mais ágeis, tornando a profissão de Gráfico importante ferramenta para as comunicações, para o jornalismo, para divulgar ideias. Mas em virtude da modernidade e da informatização, os trabalhos gráficos não ficaram somente em torno das impressões de letras. As artes gráficas chegaram com força total, possibilitando impressão de imagens em altas resoluções, dando maior qualidade aos produtos.
Para se chegar ao produto final, o Gráfico deve executar suas atividades em três níveis distintos: a pré-impressão ou etapa do projeto; a impressão, mediante uma matriz de impressão, através da rotogravura, flexografia ou off-set; além da etapa de acabamento, onde se utiliza de colagens, grampeamentos, dobraduras e cortes, fazendo a organização final do produto.
Atualmente o empregado tornou-se um instrumento de barganha nas mãos da maioria dos patrões utilizam a força de pressão do capital e a falta de escrúpulos de alguns empresários para cooptar os trabalhadores, impondo o medo e propagando a desunião dos trabalhadores. No entanto, os patrões nunca agem sozinhos, além de unidos, contam com o apoio de vários políticos eleitos pela elite para defender os interesses do capital, e para retirar os poucos direitos que ainda restam para a classe trabalhadora.
Os patrões possuem uma grande estrutura sindical que atua em defesa de seu maior interesse: O LUCRO FÁCIL PELA EXPLORAÇÃO DA MÃO DE OBRA. NÃO CAIA NESSA ARMADILHA.
Quanto mais os patrões se unem, mais pregam a desunião dos trabalhadores. O objetivo é acabar com a luta pela valorização dos trabalhadores que só pode ser vitoriosa a partir da união de todos através do Sindicato.
As reformas trabalhista e previdenciária acabaram com os poucos direitos que os trabalhadores tinham, infelizmente isso será notado somente quando o trabalhador necessitar e buscar aquilo que já perdeu.
Os governos de direita implantaram a terceirização, reformas trabalhista e previdenciária com o discurso de geração de emprego e de uma economia mais estável. Nada disso se viu, somente em 2023/2024 a economia e o desemprego começaram a dar sinais de recuperação.
Portanto, neste dia 7 de fevereiro não temos muito a comemorar, no entanto, temos que ficar atentos e vigilantes, pois os fascistas, negacionistas, genocidas e golpistas estão soltos por aí, e continuam pregando as mentiras, desrespeito as instituições e ao resultado das urnas eletrônicas, que não é mais do que a vontade democrática do povo.
Toda luta tem seu preço, e nós temos que celebrar a nossa resistência, o Sindicato dos Gráficos de Porto Alegre resistiu bravamente, a todos os desmandos e atropelos dos desgovernos de Temer e Bolsonaro.

Nestes períodos nebulosos, onde imperou a violência, a discriminação, desemprego, baixos salários, opressão, desigualdades, poucas oportunidades, e nenhuma expectativa de melhora para os trabalhadores, não temos nada a comemorar, senão agradecer a Deus por termos saúde para enfrentar a batalha do dia a dia.
O Sindicato dos Gráficos de Porto Alegre em vários momentos levantou sua bandeira de resistência, fazendo lutas em defesa dos direitos da classe trabalhadora.
Os trabalhadores Gráficos devem se espelhar naqueles que nos antecederam, e buscar as ruas sem violência, para demonstrar que o poder emana do povo e não da classe privilegiada que ocupa os três poderes: executivo, legislativo e judiciário, que ganham salários astronômicos, com todo o tipo de mordomias que o povo não tem.
Vamos referenciar e homenagear aqueles que participaram intensamente imprimindo essa história desta histórica categoria, e mais do que isso, vamos ser sujeitos atuantes e participativos nesse processo de melhorar esta sociedade, em consciência, em solidariedade, educação e humanização.
Aproveitamos para fazer uma pequena homenagem aos nossos grandes companheiros e companheiras que ajudaram em muito a construir essa Categoria de Artistas Gráficos: Victor Fernandes de Moraes, primeiro presidente do Sindicato dos Gráficos, em 1929, Dari de Freitas, um dos mentores da entidade, Moarê Martins, presidente morto na prisão durante a ditadura de 1935, Gabriel Marcelo Quintana, Wilson Borba Lima, Euclides Bento da Cruz, grandes personalidades que dirigiram o nosso Sindicato, José Antônio Guimarães de Fraga, presidente, tesoureiro da entidade, e diretor atuante na atual direção.
Citamos ainda os Srs. Hamilton Veiga da Conceição, Solis Souza da Silva, Nei da Silva, João Carlos Lourenço Moura (Palito), Mauré (pé de valsa), Darci Tavares, Alfredinho.
Referenciamos as Sras. Marisa Martins, Silvia Maria da Rosa, Tânia Brun, Tânia Pirillo, Inajara Pavão, Neiva Larruscain, Lilian Beatriz, Cheila Priscila, Juliane Azambuja, Mulheres Artistas Gráficas que se empenharam e continuam a labutar por nossa Categoria.
Junte-se ao Sindicato, companheiras e companheiros Gráficos. Demonstrem seu descontentamento com as más condições de trabalho impostas por seu patrão, lute por seus direitos, mas de forma organizada. Quem reclama sozinho, permanece sozinho. Diga não a todas as precarizações de trabalho, diga não a discriminação, a todas elas, não aceite a opressão no campo de trabalho, e em qualquer local. Faça valer a sua força, individual e coletiva, pois coletivamente somos muito fortes, e responsáveis por movimentar a economia, sejam conscientes de seu PODER.
Fortaleça sua categoria, sindicalize-se. Faça seu Sindicato Forte.
Este Sindicato é atuante e faz a defesa de seus direitos.
Juntos Somos mais Fortes. Parabéns pelo nosso dia.

Francisco Lázaro Peixoto da Silva
Sindicato dos Gráficos de Porto Alegre